Dilma e o Kit Antihomofobia
Luiz Mott
A TARDE, 12-6-2011
Quando candidata, Dilma Rousseff foi vítima de uma
armação divulgada na internet, o depoimento de uma suposta secretária do lar
proclamando ter sido sua amante. Pouco depois, ao ser entrevistada em Belém do
Pará, um reporter mais arrojado perguntou se ela era
gay: contrariada, disse que era mãe, avó e protestou contra questionamento tão
estapafúrdio. Já revelou ser leitora do homossexual Marcel Proust e contou com
as mãos mágicas de dois destacados gays assumidos para melhorar seu visual: o
esteticista Celso Kamura e o estilista
Alexandre Herchcovitch. Há fotos da candidata ao lado de militantes LGBT com
bandeiras do arco-íris e declarou ser contra a homofobia.
A polêmica ainda inconclusa sobre o veto da
Presidenta ao Kit Antihomofobia Escolar revela, que apesar
do tema homossexualidade fazer parte de sua história recente, lastimavelmente,
Dilma deixou-se influenciar por parlamentares evangélicos tendenciosamente
homofóbicos. Sua oposição ao “Kit Gay” é contraditória e pisoteia o parecer
positivo de instituições respeitáveis, como Unesco, Conselho Federal de Psicologia, Unaids, entre outras, unânimes em afiançar a qualidade
didática desse material.
Bullying, anglicismo introduzido recentemente na
nossa língua, descreve realidade antiga e extremamente grave: a
discriminação antihomossexual praticada nas escolas.
Pesquisa realizada pelo MEC/FIPE/INEP no ambiente escolar revelou que 87% dos entrevistados declararam
ter preconceito contra homossexuais.
Manchetes de jornais confirmam a crueldade do
bullying homofóbico: Menino de 4 anos é punido por beijar colega na boca em Manaus;
Escola expulsa adolescente gay em Araxá, MG; Escola proíbe aluno de usar
brinco em Goiânia; Menor é obrigado a desfilar com cartaz EU SOU GAY em
Jundiaí, SP; Estudante gay é humilhado em Araras, SP; Vice-Diretora de Escola
Pública em Salvador causa constrangimento em aluno de 11 anos perguntando se
gostava de homem ou de mulher, etc, etc.
O Kit Antihomofobia escolar
com certeza ajudará a superar esta barbárie! Presidenta Dilma, reveja e libere
o “kit gay”!